domingo, 16 de janeiro de 2011

NaLgini

Agora vem a parte mais assustadora...
Como disse no post anterior, a carta era de Collorida, era resposta à carta que NaLgini havia deixado para ela e Nalgini me dizia “por que ela não entrou pra falar comigo e aproveitava e levava você pra casa!?” Pensei nisso também, mas não quis entrar no jogo da outra... continuei na minha...
E aí ela continuava a falar mal de Collorida e sempre dizia, era seu  bordão:  se fosse eu não faria isso, mas cada um é cada um! Temos que aceitar! Como  se ela fosse a boa samaritana.
Aí me pediu pra entregar a nova  resposta para  Collorida, eu não quis, disse que era melhor ela entregar e ela resolveu que ia me levar em casa, quando o marido chegasse e me leveria de carro com ele e deixaria a carta lá. Eu estava vendo que a coisa estava feia... era algo pesado pelo jeito e estava com medo que sobrasse pra mim (e sobrou...).
No caminho, fiquei achando NaLgini meio estranha, começou a cantar alto uma música no carro, foi uma coisa muito estranha... o marido não abria a boca, não dava a mínima e Collorida me disse que ele a traía... mas não sei se é verdade. NaLgini chegou a me dizer “como todo casal temos problemas, mas isso não tem problema para você morar aqui”, me disse isso quando o marido chegou e se cumprimentaram com um aperto de mão... como ele é marroquino, encantador de serpentes, achei que talvez fosse da cultura dele.
NaLgini e o marido me levaram até a mansão do Mal, fechei a porta, Collorida estava em casa e conversava com Soudemorte. Ela desceu as escadas e viu a nova carta resposta da super amiga NaLgini e começou a gritar e falar palavrões. Eu me preparava para ir tomar banho quando Collorida bate na minha parte, socava na verdade e me chamava de FDP. Abri espantada e ela falava:
Sua fdp já está mancumunada com aquela lá? Eu te pus dentro da minha casa, confiei e é isso que eu ganho, sua fdp!!! Você também quer pôr no meu rabo? Como dizem os ingleses “pôr merda no meu c*?
Eu a olhava assustadíssima, sabia que só podia ser a nova carta de NaLgini, mas o que eu ia fazer? Eu não estava do lado de ninguém e não quis me meter em nada... Olhava assustada pra Collorida, que estava com tudo roxo e fiquei sem ação. Nunca, NUNCA, havia sido tratada daquela forma na vida... foi horrível! E ela perguntava se eu tinha deixado a carta lá porque eu não tinha entregado pra ela, que ela me considerava (sei...) e eu só dizia que não sabia de nada! E ela perguntava se eu não sabia e eu neguei até o fim. O que foi o melhor que fiz, não sabia do que se tratava...  e nem tinha nada com isso.
Collorida foi conversar com o filho na cozinha, gritava como uma louca e eu fui lá. Fui lá falar que não tinha  nada com aquilo que nem sabia do que se tratava e que se era pra arrumar confusão eu não iria me mudar pra casa de NaLgini, que ia procurar outro canto pra mim. E ela falou que deixou a carta lá pra outra e que agora a carta estava lá de volta. E eu falei que sim, que a NaLgini viu a carta, mas que eu não sabia o que ela havia feito.
Collorida se acalmou, o filho e Ad a acalmaram – ela ligou pra Ad – e aí ela veio me dizer que ELA que não queria que eu fosse pra casa de NaLgini agora ela que iria me ajudar a achar um lugar pra morar (estou esperando até hoje), Ad conversou bastante com nós duas por viva-voz e Collorida me pediu desculpas, mas o cristal quebrou... aquilo foi barra pesada demais pra mim e eu só pensava em cada vez mais sair daquele hospício.
Alguns dias depois, Ad foi até a casa do espanto e Collorida contou do que se tratava a carta.
Disse que NaLgini era doida, que cismou que Collorida disse que ela bebeu águas demais no jantar que foram e estava pagando ali por essa água, pois achava que Collorida, quando falou das águas, se falou, sei lá, estava cobrando NaLgini e aí que começou o leva e traz dessa carta que cada uma respondia embaixo com seu português mais lindo que o outro, tão lindo quanto o inglês delas de quem vive aqui há 20 anos e nunca fez esforço pra falar bem.  Collorida pediu a LMBros levasse o tal envelope para doar pra Charity, poderiam ter doado pra mim, fosse quanto fosse, se queriam fazer caridade, eu estava precisando...
Daí as duas começaram a contar sobre a vida de NaLgini, que ela já havia tentado se matar, que fez uma macumba forte para Collorida (do jeito que Collorida contou, parecia digna de coisa de magia negra... só Soudemorte poderia saber... ) no começo, me arrepiei, acreditei... depois, como sabia que  Collorida falava mais que a boca e mais do que a verdade (sim, NaLgini pôs a semente da dúvida em mim) achei tudo absurdo ou forte demais... poderia ser, mas eu só acredito vendo o tal travesseiro com sangue etc...  achei muito fantasioso e outra: eu acredito que essas coisas só “pegam” se você acredita nelas e aí Collorida disse que só queria ajudar NaLgini quando estava me mandando pra casa dela, mas que NaLgini já tinha aprontado várias...
Ainda, Collorida me disse que uma irmã dela lhe aconselhou a rezar sempre e Collorida ainda teve a cara de pau de me dizer: Eu revava sempre, quando parei, NaLgini voltou a me procurar...
Minha vontade era dizer pra ela:  mulher de pouca fé, por que paraste de rezar? Sua imbecil!
Se a magia negra é verdade ou não, se ela rezou pra outra sumir ou não, não sei, sei que não se trata mal as pessoas sabendo que a outra que aprontou tudo é uma louca...
Fiquei muito mais indignada de saber que Collorida ia me mandar pra casa de uma louca desequilibrada  - que já havia sido internada para  tratamento psiquiátrico – e ainda me ofende, me julga e nunca, NUNCA, tentou saber se eu era uma pessoa boa ou não... nunca fez o mínimo esforço e preferiu me acusar e xingar.
Dias depois, Collorida falou que eu poderia ficar na casa dela quanto quisesse, que Soudemorte estava de acordo, mas que eu teria que pagar mais. Pensei, falou... pagar mais para morar com Soudemorte e BocaSujaCollorida, sem internet, sem uma tv pra mim... Vão esperando...
A partir daí, era ponto de honra pra mim achar uma casa o mais rápido possível e sair daquela zona e, de preferência, nunca mais olhar pra cara daqueles seres.
Achei uma casa nos anúncios da Leros, fui ver e tentei mudar o mais rápido possível, só que a menina do quarto iria ficar mais uma semana... quando mais precisei de pessoas para me ajudar, a pelo menos dormir  num sofá de sala uma semana e não ficar mais na casa de Soudemorte, não tive ninguém.
Ad falou de um quarto que estava pra ser alugado perto da casa dela, desce-se na estação de Wimbledon e ainda pegar o tram, mais 5 estações (tram= um bonde moderno, bem legal e rápido). O cara queria 120 num quarto só porque ele tinha banheiro com chuveiro nele - um espanto para quem mora em Londres, praticamente um milagre ter um banheiro seu -, mas 120 LIBRAS POR SEMANA? na pqp de Londres? Porque Wimbledon é chique pra quem pode viver bem (com carro e bom emprego), mas 5 estações de tram, não é mais Wimbledon, é o fim do mundo!!
Vi um lugar que gostei na Leros em West Kensington, quase centro de Londres, quarto com cama de casal por 130 (compare, um quarto em Kensington quase zona 1 londrina e o fim do mundo perto de Wimbledon zona 4 ou 5 já...), mas a própria dona, uma brasileira, me abriu os olhos: gostei de você, alugaria para você, mas pense bem, você ainda não tem emprego, será muito difícil você pagar esse valor por semana, não acha que vai gastar um dinheiro que poderia economizar até se estabilizar e, quem sabe, um dia morar aqui?
Foi uma das poucas pessoas conselheiras que tinha encontrado até esse momento.



Na ponta temos Wimbledon e mais acima West Kensington

O dono da casa onde ia morar me ofereceu um quarto provisório por uma semana em Lewisham e pra lá fui e fiquei uma semana num quarto que
 servia de cozinha para os quitutes que a mulher dele vende. De dia cozinha, de noite, meu quarto, quando eu colocava o colchão no chão. Tudo era melhor do que morar na casa do Horrores e preferi ficar assim nessa uma semana com tv com sky, frigobar e internet.
No sábado quando ia mudar, o meu novo Landlord e eu nos desencontramos nas informações e hoários e ele me pediu pra perguntar a Soudemorte se eu poderia ficar até domingo de manhã, que seria melhor pra ele fazer a minha mudança, o novo Landlord também fazia a mudança.
Muito a contragosto fui falar com Soudemorte que me disse “não tem como ele vir, vai de táxi, chama outra pessoa pra fazer sua mudança, sinto muito”
E contei ao GG (o novo Landlord, depois entenderão o nome) que  ficou indignado, porque se eu entrei na casa num domingo a tarde, eu teria até segunda de manhã para sair, esse é o trato que todos fazem e eu “não ele”.
GG deu jeito e foi me buscar, assim que ele chegou pra mudança, Soudemorte saiu de carro, ele só esperava a hora que eu ia embora pra sair. Detalhe, eu já tinha devolvido a chave pra ele e todas as minhas coisas estavam do lado de fora da casa.
Durante a semana em Lewisham me senti mais leve, mesmo no dia da mudança tendo chorado muito – ver o post sobre os três meses aqui . Mas Collorida me ligou na sexta por conta de uma ligação que fiz que dava quase 20 libras. Eu estava usando um cartão de ligação à distância sacana que me cobrava rios de dinheiro e eu nem sabia e infelizmente nesse dia não tinha créditos no meu celular, esqueci de pôr e fui obrigada a pedir para Soudemorte se eu poderia usar o telefone...
Fui lá pagar a dívida, quando cheguei, acho que ela não achava que eu fosse pagar, ela me tratou com beijos e abraços e LMBros também... nunca tinham sido tão simpáticos comigo... Claro, eu ia pagar,né? Eu fui lá mostrar que não sou da laia deles.
Soudemorte disse pra mim, quando eu ia embora, “Nice to see you!” E eu não respondi absolutamente nada para ele, afinal, pra mim foi um desgosto revê-los. A última coisa que eu queria era revê-los tão cedo... e espero que tenha sido a última vez. Talvez ele tenha pensado que eu não entendi o inglês dele ou não sabia responder, mas eu sabia o que eu queria dizer era “Not for me” mesmo que isso esteja gramaticamente errado.

4 comentários:

  1. Uma amiga minha que foi trabalhar na Florida (por meio de agência e tudo, tipo "Work and Travel") também passou apuros. Adivinha a nacionalidade da mulher que recbeu ela lá e que fez com que ela sentisse receio e procurasse outro lugar pra ficar e trabalhar? Pois é... os brasileiros lixo também vão embora para sacanear os conterrâneos lá fora.

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  2. Fiquei chocada com a atitude dessa mulher!Quanta baixeza! Gente da pior espécie!
    Estar longe da família e ainda ter que ficar lidando com esses trastes. Vc não merece isso!

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  3. J, vc entende pq fechei o blog? não dá pra todo mundo ler e nem sentir algo qdo conto essas coisas, são um bando de urubus q não vão mais rir da minha cara!

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  4. É sim rê, tem gente que parece que qto mais vê os outros na pior mais felizes ficam. Manda essa cambada pro espaço!

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