Há 2 anos assisti, pela primeira vez, ao Foo Fighters no show que antecederia a premiação da NME.
Como o show era numa sexta, em Wembley, longe pra dedéu, praticamente final da metropolitan line, láaaaaaaa no noroeste de Londres... e era um festival com pelo menos 6 bandas, resolvi pedir um dia de "holiday".
As férias são diferentes no Reino Unido, não sei se já contei como funciona, vamos lá: a cada três meses de trabalhos você tem direito a uma semana de férias, ou seja, 28 dias no ano que você pode tirar dessa forma, uma semana a cada três meses ou ir juntando e tirando... ou tirando solto, se for preciso faltar.
Não existe falta médica que não é descontada, sempre é descontada, sua falta foi apenas justificada. Você não trabalhou aquele dia ou menos horas, você só receberá as horas que trabalhou, nada de ganhar sábado e domingo e feriados, como nós, no Brasil.
Bem, já trabalhava fazia quase um mês e pedi se poderia tirar um dia de holiday. Meu pedido foi aceito, pois a empresa que cuidava do Império do Fado sairia do local onde trabalhava, ou seja, eu trabalhava para uma empresa terceirizada e o controle do trabalho naquele prédio de transporte de Londres passaria para outra empresa. Assim, em abril começa o ano fiscal britânico e você tem que tirar suas férias antes disso e, no caso, antes da mudança de empresa, pois não sabíamos se ficaríamos ou não... (outro post que um dia sai).
Daí tive direito até abril de tirar 4 dias de férias. Um, neste dia e os demais vão pra postagem da minha pequena trip para o Porto e Barcelona (soon...).
Neste dia fiz aulas de inglês e depois fui ao show de lá... não foi tão rápido, por tive que mudar de linha e a teacher também morava do lado oposto a Wembley. (ainda não falei sobre as aulas... pretendo fazer uma postagem grande sobre tudo de uma vez)
Tinha ido uns dias antes até Wembley pra saber se era perto do metrô ou não, se era fácil de ir embora, afinal, Marciana me colocou medo desde o show dos Manics... pensei até em ver um hotel próximo pra não voltar pra casa, mas minha roommate do bem me fez tirar essa ideia da cabeça, era besteira ficar com medo.
No metrô já encontrei o povo que ia pro show com camisetas do Foo Fighters. E comecei a me sentir no clima, achei a metropolitan uma linha vagaroooooooosa... também pelo fato de algumas estações serem longe uma da outra. Parece quase um expresso...
Cheguei lá e já ia começar o Band of Horses, baixei alguns álbuns deles pra ficar a par no show, mas não fiquei muito preocupada, estava ansiosa pelo "fufa", parei pra comprar camiseta e bottons.
Assisti o show do Band do meu lugarzinho no alto, foi um dos poucos ingressos que ainda consegui via internet por um preço bom, 40 libras.
Depois foi a vez de Cee Lo Green, não curto "pagode estadunidense" rs daí, fiquei tirando fotos pra acertar o foco da minha máquina e falando "fuck you" pro Cee Lo quando ele cantou essa rs mas ele parecia divertido, tentou dar uma de roqueiro, mas eu sou má e não mudo de opinião e preferi continuar acertando minha máquina pra tirar fotos excelentes do fufa.
Alguns minutos pro show do Fufa e a propaganda no telão da NME com David Grohl... e eu apreensiva, ansiosa...
Até que aparece o FF no palco e eles entram já tocando, todo mundo pulando. Dessa vez fiquei feliz de ficar no alto, o povo não parou sentado! Thank God!
Depois da primeira, David Grohl diz que demoraram pra voltar, fazia 2 anos que não voltavam a Londres e eu só pensando: e no Brasil que faz 10 que não aparecem por lá? Não reclamem de barriga cheia!
Mesclaram as músicas novas, do novo álbum na época, com os sucessos, ninguém parou, muito menos a banda. David Grohl tem um grande carisma no palco, ele hipnotisa... todo mundo faz o que ele manda e ele manda todo mundo cantar e pular muito! Foi o que fiz!
A cada música dançava e cantava e ficava mais feliz de ouvir todas que queria ouvir!
Grohl conversa com a plateia, bate altos papos, brinca muito! É divertidíssimo! É muito autêntico, adorei como ele é tão cheio de graça como nos vídeos clipes que gostam de fazer. Porque muitas vezes a gente acha que é só pra fazer sucesso no vídeo, mas não é, ele é realmente alto astral!
Cantei, ri, pulei e fiquei muito feliz!
Uma sexta-feira como nenhuma outra!
Fechar com Best of you foi simplesmente fantástico! E tinha gente que foi embora antes... melhor pra mim que fui mais pro lado do palco e vi ainda melhor! Parecia que nunca pararíamos de cantar best of you e outras músicas que David e companhia retornavam a cantar com a gente.
Link para o setlist.
Na saída, todo mundo pro metrô, aquela multidão toda indo pro mesmo lugar e no caminho, caras da NME distribuiam de graça a revista especial com Grohl, peguei duas, uma pra mim e outra pra minha amiga fã de Fufa que faz niver bem no dia do lançamento do Wasting Light.
O metrô lotado, mas como são duas linhas que chegam ali o povo se dividiu, e o metrô, mesmo por conta do horário - pouco mais de 11 da noite-, não demorou séculos, acredito que em shows o metrô funcione na sua capacidade "mode rush" para garantir que não se forme tumulto.
Voltei pela Jubilee que acho mais rápida, troquei em Baker Street e peguei a Bakerloo pra ir pra Elefantinho. Cheguei no ponto e estava cheio, sexta à noite, night bus, era um pouco mais de meia-noite. E quem encontro no ponto? Minha roommate do bem que vinha de um aniversário. Voltamos juntas, o que foi até melhor.
| Ida em cinza, volta em rosa |
Tão melhor que, claro, Marciana pensou que tivéssemos ido juntas e no dia seguinte, enquanto eu ia ao banheiro, escutei Marciana perguntando. A Roommate disse que foi a um niver e acabamos nos encontrando no bus e Marciana: também, pelo preço!
Entrei no banheiro e contei até mil para não ir lá falar pra ela:
O dinheiro era seu? O que você tem com isso? Não pago meu aluguel em dia? Vai ver o que seus filhos fazem com o dinheiro que você manda pro Brasil pra ver se é melhor gasto! Dinheiro do meu trabalho! Do meu suor, não seu!
Marciana sabia o preço - que em termos de Brasil era até barato - porque a Roommate pensou em ir comigo e perguntou na frente da mulher de Marte o preço do ingresso. E ela se sentiu no direito de falar asneira.
