domingo, 31 de outubro de 2010

ah! esqueci no post abaixo!

Esqueci que tinha um dia que LuigiMárioBrothers falava que a melhor pizza depois da Itália está em NYC - porque Collorida ia pra lá, já deve ter ido e voltado.
E, claro, me meti na história: São Paulo também tem uma das melhores pizzas do mundo, também tem muitos descendentes de italianos.

LuigiMárioBros e a mãe ficaram me olhando com uma cara: ah tá... como eu ia dizendo...

Fui ignorada legal!!
família linda!!!

sábado, 30 de outubro de 2010

Nooooossa!!!!!

Uma das coisas mais insuportáveis de se ouvir é isso, mas se você ouve de um inglês ou sei lá o quê você, digamos, entende que ele seja um alienado e ache que o Brasil é o país dos macaquitos e a capital Buenos Aires... que todo mundo vive mais ou menos ainda como o Brucutu ou Fred Flintstone... o pior, MUITO PIOR é ouvir isso de brasileiro...
LuigiMárioBrothers  disse isso algumas vezes, uma quando estávamos perto de uma lanchonete e disse que era no estilo Subway e ele “tem subway no Brasil?” ou quando vi a coleção dele de filmes e seriados e havia Alias e disse que já tinha assistido a série toda “nooossa! Passa no Brasil?”
LuigiMárioBrothers veio morar aqui com 6 ou 10 anos, é uma história complicada, ele fala 10 a mãe fala 6 e que ele teve um trauma e esqueceu esse período, eu não acredito mais em ninguém nesse lugar... depois entenderão rs
O certo é que ele já foi ao Brasil outras vezes desde então, fez uma espécie de monografia final de curso no Brasil, pesquisando o Brasil e como é que diz esse tipo de coisa?
Ele aprendeu o português escrito aqui, português de Portugal, então, tem horas que é muito estranho ouví-lo dizer, ao invés de “licença” um “desculpa”, como os lusitanos dizem...
Mesmo com essas coisas, a mãe dele ainda consegue me dar mais ainda nos nervos, tudo que falo sobre o Brasil, do tipo ela falando das casas enormes de lá que são dos lordes, aí ela veio com um “ah, lorde no Brasil deve ser tipo...” e eu “não existe no Brasil, Collorida, não tem uma mesma nomeação pra comparar porque não existe monarquia no Brasil e nem vestígios grandiosos como aqui”, mas ela teve que ligar pra LuigiMárioBrothers pra perguntar como se dizia lorde em português e como deveria ser um no Brasil... eu fiquei muito p&ta!! Tipo, eu não conheço o meu país? Tá, tem 15 dias que sai de lá e já não sei mais nada... já mudou tudo! Uma revolução e eu não sei!
Isso aconteceu em outras situações... o filho pra ela é o ser que tudo sabe... e eu sou uma idiota que não sei o que  se comemora no 7 de setembro... teimou comigo que não era a independência... foi perguntar pra LuigiMárioBros...
Fui à uma entrevista num Starbucks não muito longe de onde moro – aqui tem um em casa esquina, no meu bairro tem 2 e em Kingston deve ter uns 3 – a gerente também se espantou quando eu disse que tinha Starbucks em São Paulo... (andei distribuindo meu cv pra tudo que é canto de Richmond), o que não adiantou muito, mas isso é outra história...
Acho, na verdade, que os ingleses são pessoas bem cultas, a maior parte com os quais conversei, sabem que a capital do Brasil é Brasília e que lá se fala português. Não ficam com perguntas do tipo “ah, mas tem macdonalds no Brasil?”
O único chato continua sendo Soudemorte, ele conhece o Brasil, graças a Collorida e teima em dizer que São Paulo é uma cidade feia, poluída que Londres tem uma área verde e blábláblá... parece que quer sempre me rebaixar.  Sei que Sampa tem seus problemas, mas conhecendo mais Londres agora (2 meses e meio) sei que existem lugares tão ou mais barra pesada do que em Sampa e que não tem um parque para o povo se divertir... lembrei dos Racionais agora rs e em breve eu conto do subúrbio, longe dos parques aristocráticos de Londres...  a real Londres... que nem a rainha conhece rs

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Ambiente Familiar

É muito complicado ir morar numa casa de família em que a família tem problemas sérios e você escuta eles gritarem uns com os outros. Ou quando fazem algo gostoso pra comer, mas nem lhe oferecem, ou saem, vão ao cinema, etc e nem lhe chamam...
Ou quando você está vendo tv e mudam de canal, sem cerimônia, ou desligam a tv porque vão fazer exercícios no Wii...
Como disse, andei assistindo a alguns programas que Collorida assistia, um deles é How to be look good naked, não, não é programa de pornografia. Parece estranho, mas tem uma conotação boa o programa: o apresentador faz um reality show (é só o que se tem na tv daqui, principalmente no Channel 4) em que escolhe uma mulher que está, por algum motivo, com a estima lá embaixo e a transforma, quer dizer, dá dicas de como ela pode ficar bonita sem gastar muito, como se cuidar, o que fica melhor pra ela usar (roupa, maquiagem, cor de cabelo etc) e no final, ela fica tão bem consigo que se sente bem até nua, se sente bem com seu corpo.
Perdi exatamente o programa que uma mulher que tinha um seio defeituoso por ter tirado um câncer dele, Collorida chegou toda efusiva do trabalho, louca para se exercitar e disse pra mim “Depois você assiste na internet!” que internet??? Eu pergunto... (outro post). Parei de assistir tv. Isso porque ela já tirou também um nódulo do seio...
Se algum de vocês pensa em ir morar um tempo em outro lugar e quer ir morar em casa de família, só se for uma casa de família aceita por algum comitê de intercâmbio, porque casa de família tem o pior da familia: as brigas.
Esse negócio de ambiente familiar é o pior, não pense em aconchego.
A família que fiquei tinha um simples probleminha: dinheiro.  O casal vive junto há anos, uns 15 pelos menos, e nunca casaram no papel e aqui, você pode viver com a pessoa 80 anos e continuar sendo como se nunca tivesse nada com a pessoa, não tem direito nunca a nada que construirem juntos.
Acontece que a mulher comprou a casa e usou na compra um empréstimo do amado Soudemorte, Soudemorte foi na justiça pedir uma parte da casa. Com certeza provou que emprestou o dinheiro e o juiz deu a ele 25% da casa. Collorida, pelo que conta e berra aqui, se sentiu enganada, traída, a casa era de todos, claro, a maior parte ainda é dela, mas tem que conviver com Soudemorte no mesmo teto... diz que quando vender, dará o dinheiro pra ele e falará pra ele seguir o rumo dele...
Não sei não... ela diz que não tem nada com ele há anos, mas dormem no mesmo quarto, na mesma cama eu não consigo viver no mesmo teto que um ser assim, quanto mais na mesma cama...
Ele é sempre cara de pau, até onde eu sei, diz que ganha 50 libras por semana de aposentadoria (!!!) e não paga nada porque não tem dinheiro, ganhava 25% do que eu pagava – ou do que ele pensava Segundo Collorida, ele pôs todo o dinheiro que tinha na conta do filho, do filho que ele teve antes de conhecê-la, LuigiMárioBrothers não é filho dele, e agora vive na boa na casa dela...
Outro dia sairam com uns amigos pra jantar e no outro dia queriam fazer a divisão do que foi pago, estavam em 4 pessoas e Soudemorte insistia que deveria ser dividido em 3, ele ficaria de fora...
A coisa mais estranha foi a briga de Collorida com LuigiMárioBrothers, ela abre as faturas de cartão de crédito dele e quer saber o que são aqueles gastos, que ele deveria gastar só o necessário para comprarem outra casa... Bem, um cara de 28 anos que deixa isso acontecer é porque tem certeza que não vai ter uma casa dele, né? Nunca vai ter vida própria, pelo jeito...
E eu fecho minha porta do quarto para fingir que não ouço as brigas, ou finjo estar dormindo enquanto discutem alto. É claro que quando Collorida diz que não confia mais em ninguém ela está jogando uma indiretinha pra mim, mas como eu não tenho nada com isso, pode gritar no meu ouvido, eu não estou de favor na casa, eu não sou sua amiga, sou apenas uma desavisada que caiu de para-quedas na casa... Desavisada, como eu disse no primeiro post sobre Londres, porque eu não sabia na encrenca em que me metia quando cheguei na casa... e em breve contarei uma bem pior...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Saindo um pouco da saga, mas falando da minha vida aqui, sábado foi um dia muito bom, encontrei meu amigo Fábio que mora na Irlanda, ele esteve aqui em Londres e batemos um grande papo num café Costa - Starbucks aqui é café com água urgh!
Fazia tempo que eu não me sentia bem assim, era como quando estava no Brasil e encontrava meus amigos nos finais de semana, altos papos, risos, diversão!s
Isso deve ser uma das coisas que também me dão mais saudade: ter amigos por perto, infelizmente o Fábio mora em Dublin e é a pessoa mais próxima que tenho dos amigos que fiz pela vida.
Foi bom matar a saudade de ter amigos por perto, espero repetir isso mais vezes.

Domingo foi um dia muito chato por conta de uma DM (três, na verdade) que recebi de uma pessoa que conheço há um tempo, não somo tão amigas, mas conversávamos bem. Ela mandou as seguintes mensagens:

mal chegou e tá metida a besta é? nem responde as mensagens... humpf... (duas vezes essa mensagem)

e numa diferença de quatro minutos dessa repetida: 


ué, cadeê minhas msgs? fui banida é?

Eu fico sem entender a pessoas...
Fui vasculhar o perfil dela e o meu pra ver a mensagem, achei, mas não acho que por não ter respondi a essa mensagem: 

@menciclopedia Oi Rê, tudo bem por aí? E eu tenho novis...

Eu precise ser ofendida dessa maneira... sim, eu me sinto ofendida porque agora se eu não responder prontamente às pessoas, ou esquecer uma mensagem perdida entre outras eu sempre serei, agora, tachada de me achar melhor que os outros por morar em Londres.
Quem lê esse blog sabe que não me sinto nem um pouco metida a besta por morar aqui. E meus verdadeiros amigos sabem como eu me sinto morando aqui e o que eu passo vivendo aqui - o preço que pago todos os dias pela minha escolha - e sabem que meu amor por eles não mudou.
Acho que as pessoas primeiro deveriam verificar se a mensagem chegou, se a pessoa teve tempo pra responder antes de sair atirando.
Lembrei daquela música do Hermes e Renato (numa esquete que eles se vestem de policiais em cantam um funk): bate primeiro, pergunta depois!
O mais incrível é que a pessoa já se sente banida!!! Bloqueada, excluída por uma simples mensagem...
Eu não tenho paciência, saúde e nem estudo na área para cuidar de gente com grau altíssimo de baixa estima e carência afetiva.
Estou sendo má? Estou, mas eu não admito ser tratada dessa maneira por uma mensagem no twitter. Acho que minha vida anda cheia de coisas a serem resolvidas, pensadas, estudadas, tem muita coisa em jogo nesse momento (procura de emprego, ficar ou não na casa onde estou, dinheiro acabando, curso de inglês que eu tenho que fazer), eu ainda estou me adaptando e tentando estabelecer uma vida aqui, estou começando do zero, não estou com uma vida fácil, tranquila que posso me dar ao luxo de ficar batendo papo o dia todo na internet e respondendo recados, os recados, mensagens, text (como chamam o torpedo aqui) se acumulam, não é toda hora que paro pra responder e pode ser que alguns passem, não sou perfeita e o twitter ou qualquer outro site, muito menos.
Tento na medida do possível falar com todos, responder a todos e se desse jeito não está bom para algum de vocês, me desculpem, mas é assim que é e eu não tenho como mudar as coisas e ficar a sua disposição.


Comecei o post falando de saudade das amizades de um sábado muito divertido e que me animou muito e terminei falando de um domingo que me senti muito injustiçada... mas a vida é assim, seja em Londres, São Paulo ou qualquer lugar do mundo, o ser humano é complicadíssimo e eu não posso parar para descomplicá-lo...

domingo, 17 de outubro de 2010

A primeira patada a gente nunca esquece...

Não lembro mais o que aconteceu no sábado daquela semana, lembro de ter visto o tão falado (aqui) X Factor, a versão deles de ídolos etc. Nada demais, um jurado bonzinho, o outro rígido e uma jurada média (ah, gostei tanto de você, mas não...), o próprio estereótipo do programa de calouros. Ainda mais que a mocinha do programa, Cheryl Cole, ex-mulher de um jogador da seleção de futebol que a traía, segundo soube, na maior cara de pau, ela é queridinha da Inglaterra, todas as revistas de fofoca estampam a vida triste da moça famosa, oh, como ela sofre, coitadinha!
Fui no youtube procurar um video dela, nossa, ela deve ser A cantora tsc tsc tsc... alguém que grava umas musiquinhas pop bem fraquinhas nem deveria dar não pra candidatos que cantam mais que ela... ela  tenta imitar as americanas, com clipes sensuais – que dão sono –e muita produção, só!

Querem sofrer? Então tá: http://www.youtube.com/watch?v=4umc87T5UMs
Tanto falava no programa a dona da casa que assisti com ela, assim como outros programas que ela também falava tanto. Outra motivo de fofoca é a irmã da Kilie Minogue, não basta a embalsamada da Kilie  também existe a plastificada da Danii, um nojo, tinham que ser irmãs rs
Bem, no domingo Ad e marido vieram até a casa de Collorida, também vieram outro casal de amigos de Collorida, V e não lembro o nome dele... só lembro que terminava com aeilson, sabe nome assim? rs pois é...
Antes disso, eu muito injuriada de não ter um pc pra mim, resolvi comprar um, LuigiMárioBrothers e W foram comigo comprar, como na segunda seria um Bank Holiday – o último feriado do ano – e as aulas iriam voltar, havia promoções de laptops. Fomos até New Malden, bairro não muito longe, famoso pela população enorme de coreanos e onde havia duas lojas muito boas vendendo pcs.
Finalmente achei que minha vida sem internet e distante do mundo iria acabar! Que felicidade sair com Ewan da loja – o note.
Voltamos, o papo corria na casa, Collorida resolveu levar eu e V, e os demais, pra conhecer o parque atrás da casa dela. Já tinha visto uma boa parte um dia que fizemos caminhada – que virou maratona pelo tamanho do parque de Richmond e nem andamos um quarto dele...
O vinho já estava na mesa, Collorida tinha comprado no dia que fomos às compras 3 garrafas de vinho e pediu pra que eu escondesse no meu quarto, pois se deixasse na despensa, Soudemorte tomaria tudo antes de domingo – chocada, guardei no meu quarto... Ad já tinha ido lá buscar e disse que tinha trazido de casa pra tomarem...
Sobre o parque de Richmond: era uma das tantas propriedades de Henrique VIII que foi aos poucos transformada em casas, as primeiras casas eram as antigas cochias dos cavalos... – com os séculos, o parque ainda existe e é a casa oficial da irmã da Betinha, que não me lembro o nome agora, acho que Ann...
Só que na rua de trás era a parte da Ham House, uma casa famosa e enorme da redondeza que deve ter sido de mais algum nobre da região e que funciona hoje como um espaço cultural.
Na volta do passeio, V me pergunta se estava trabalhando, disse que não, que estava procurando, que era complicado, tinha 15 dias ali também... V, muito simpática, vira pra mim e diz: “Ah, porque você não vai no Nando’s, todo mundo começa lá, ai, tá cheio de brasileiro!” Foi um comentário muito mais maldoso do que simpático, talvez você não tenham sentido aqui, mas eu senti quando ela falou, do tipo “ah, você tá mole, hein? Não tá procurando direito!”
Engraçado alguém que nem me conhece falar assim comigo – mas brasileiro aqui é (80%) é tudo assim: eu não vou te ajudar, mas você também não presta pra nada, né? Nem pra um empreguinho merda desses! Eu sou superior a você!
Claro que ela é superior! Fisioterapeuta que vai fazer massagens em casa e já encontrou o cliente “em ponto de bala” esperando por ela (Collorida me contou essa), é muito superior a mim... imagina que não... mesmo que o diploma dela aqui não seja reconhecido... Você ser uma mulata de 1,80, brasileira não vai mexer com a fantasia de ninguém... imagina... profissionalismo é tudo! Ainda mais agarrada ao marido perto de outras pessoas, na casa de Collorida, e falando pra ele, e nem se tocando – ou se tocando – que outras pessoas estão ali e fala pra ele “uau! Agora você acertou bem o lugar! Foi beeem lá” e continuam se beijando e se agarrando na entrada da sala.
Depois que as visitas foram embora, fui ligar para minha mãe, como faço todos os dias. Uso o telefone da casa, porque eu tenho um cartão daqueles que você paga 5 libras e tem 2 mil minutos, só preciso do telefone como instrumento pra ligação, não vou gastar da conta deles. A própria Collorida e Soudemorte me falaram do cartão e me ajudaram a comprar. Só que...
Estava eu ligando quando Soudemorte entra na cozinha, eu ligo na cozinha porque fica vazia e assim tenho privacidade, ou pelo menos um pouco. E ele vira pra mim e diz:
You must ask if you can use the phone, is NOT BELONG to you!
Acabou minha graça na hora… me senti mal, muito mal…. Nervosa por dentro, não conseguia mais falar no telefone e a ligação em andamento... como assim, o  tel não me pertencia, eu sei! Mas ninguém usa nunca! Eles deixam o telefone tocar até cair na secretária eletrônica de medo que seja telemarketing, nunca atendem e praticamente só usam seus celulares... Se eu posso usar a geladeira, o microondas, eu posso usar o tel, ainda mais que não estou gastando da conta deles... Como assim??? Ainda pedi milhões de desculpas a ele, mesmo sem entender o por quê... ou o porquê...
Me senti péssima, finalmente o Lorde das Trevas mostrou seu poder de fogo...
Continuei péssima, dormi mal, fiquei muito muito muito mal... me senti um lixo... estava tentando entender porque as outras coisas eu poderia usar sem ficar pedindo toda hora e o telefone não... porque teria que pedir permissão para usá-lo... se não ia gastar nada deles!
Meu bruxismo veio com força total, tanto que um dos meus dentes começou a doer... mas isso eu conto depois... fiquei naquele rangido forte...
Segunda de manhã, ia lavar roupas, vi Soudemorte e estava apavorada, não queria nem olhar pra cara dele, tinha medo dele agora. Pus a roupa na máquina como ele me ensinou e fui tomar café enquanto a máquina trabalhava. Ele vai lá olhar a máquina e volta, e lá vai a outra patada:
(ele falou em inglês) porque você usou esse ciclo de lavagem? Não sabe que vai gastar mais tempo e que não é barata a energia? Vai gastar muito mais tempo e custar mais, so expensive!
E eu, morta de medo e me sentindo ainda mais confusa, mas consegui falar: fiz como você me ensinou... e aí ele ficou queito, ele tinha me ensinado a usar aquele ciclo e não outro... saiu da cozinha e foi ler o livro dele – a única coisa que faz o dia todo, ele é aposentado, já disse isso? Já deve ter lido uns 4 ou 5  livros nessas oito semanas que morei lá...
Ainda estava chocada com o dia anterior, e louca pra ir embora dali, sumir! Chorar e falar: o que eu vim fazer nesse lugar, me meter com gente desse tipo? Melhor ficar no Brasil...
Me arrumei pra sair, não ia conseguir ficar ali... não tinha pra onde ir e decidir fazer o que mais faço quando estou assim: pensar e pra pensar eu caminho... fiz novamente o caminho da Ham House e de toda aquela parte do parque. Na hora que ia saindo, Soudemorte me para na porta e diz pra eu não ficar chateada com ele porque estávamos vivendo na mesma casa e era melhor ficarmos bem. E eu, fingindo estar muito bem e nem saber do que ele falava disse: ok, H... Soudemorte, não há problema nenhum.
Claro que havia, e a partir dali, só pensava em uma coisa: ir embra da mansão daquele que não deveria ser nomeado...

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Segunda Semana em Londres, agora é conhecer a cidade!

Depois de todo o passeio do sábado, no domingo arrisquei até a ir no cinema, queria ver Origens, acho que era esse o nome no Brasil e eu ficava triste de saber que ia perder lá. Fui ver aqui, com o nome de Inception, pela primeira vez gostei de ouvir o sotaque americano: eu o entendo muito mais e deu pra entender o filme. Fui num cinema do bairro, a sala não era grande, a tela também não, mas deu pro gasto, era tela digital.
Durante a semana fui de novo a Kingston, dessa vez sozinha e conseguir voltar pra casa rs Foi o primeiro dia de lavar roupas sozinha. Como aqui não tem tanque, é só jogar na máquina – e como tinha sol – pôr no varal horrível deles que não cabe nada. Não tive grandes problemas, Soudemorte também me explicou como lavar e colocar um negócio para não sair a tinta da roupa, então coloquei tudo misturado e não tive problema nenhum de uma roupa manchar a outra – só uma blusinha minha ficou com uma marquinha... – e cada vez mais eu pensava “não pode ser o tão ruim assim o cara...”
Na terça fui ver um emprego, tinha visto o anúncio numa lanchonete no sábado, entrei no site e diziam onde eu deveria ir pra fazer uma ficha, o local não existe no Brasil, chama-se Pret a Manger e tem aos montes por aqui. Poderia dizer que é uma sanduicheria, se é que isso existe, mas de lanches naturais, já estão prontos, você só tem que pegar na prateleira pagar e comer – ali ou fora, muito gente come na rua aqui, no metrô, no bus, nem se fala!
Sempre a atendente em qualquer lugar de comida vai te pegar se é pra comer lá ou levar. Até eu entender isso demorou um pouco rs
Mas fui até esse lugar, o escritório deles fica na estação Victória (agora eu já falo VictÓOOOOria como eles rs), fiz a ficha no meio de um monte de estrangeiros, quando me viram chegar todos me olhavam, não entendia porquê todo mundo queria emprego, né? Me viam como concorrente? Acho que não, no final, acabei achando que era porque eu era a única loira ali no meio... talvez tenham estrado, vai saber?
Nunca me chamaram e no formulário dizia que se não chamavam dentro de uma semana que eu só poderia me inscrever de novo dali 6 meses... vai esperando... fiquei com raiva que nunca mais comi lanche deles rs
 Na estação Victória vi que havia sinalização para o Palácio de Buckinham e decidi ir visitar... andei, me perdi, voltei pra  trás, peguei outro rumo – e isso é muito comum acontecer comigo aqui... – até que achei um museu do palácio e fui lá ver o que era, era a parte da cavalaria, cochia e eu pensando que ia ver o palácio por dentro, o quarto da dona Betinha! Até parece tsc tsc tsc
Sai do lugar achando tudo sem graça porque não era o que eu esperava e dei a volta no palácio para ver a frente dele de perto, não em cima de um busão. Também encantandor, mas gostei mais da fonte que fica do outro lado da rua e todo mundo se sentava ali para se refrescar e descansar, era um dia quente em Londres e quem iria acreditar, dia quente em Londres rs
Vi pelas placas que a trafalgar Square era por ali... daí resolvi andar mais um pouco – haja pé – passei pelo Green Park de um lado e o St James Park de outro e lá vai eu andar mais... mais... ver outras coisas... andar, tirar fotos de um parque de cada lado da avenida e chegar finalmente a trafalgar, depois de passar por lugares onde os guardas da rainha, a cavalo ou não, eram motivo de fotos... todo mundo queria tirar uma foto com eles, incrível! E eles se mantinham sérios, sempre. Nem um sorrizinho do tipo “bando de turista chato, deslumbrado!”.
Cheguei a Trafalgar Square totalmente cansada, tinha andando pra caramba e só queria era beber algo pra matar a sede. Turistas e mais turistas abarrotavam a “square”  que atrás dela tem um museu que não visitei porque do jeito que estava cansada não aproveitaria nada, como não estava aproveitando ali. Fui olhar num mapa onde estava e como faria pra pegar um metrô... olho a direção da estação, calculo e atravesso a rua e... dou de cara com a estação... nunca foi tão fácil e eu ali preocupar se ainda andaria muito...
Daí reconheço a torre que tirei fotos no sábado, estava na Charing Cross e me toquei que se eu não queria fazer baldeação de trem, era só ir até Embakment, na próxima rua a direita... Fiquei tão contente em saber que havia guardado alguma informação e já sabia reconhecer algo em Londres, parecia criança que aprendeu coisa nova.
Na quarta-feira era dia de passar a roupa, agora eu sou uma mocinha que cuida das próprias roupas, como estava frio – é, aqui é assim, parece São Paulo: um dia um solzão no outro frio – e o melhor pra me esquentar era passar roupa!
Collorida percebeu que eu estava com frio e mostrei as roupas que trouxe, ela me disse que daria pro começo do frio, mas não pro friozão de verdade e no outro dia me levou a uma loja baratinha daqui pra comprar as primeiras roupas de outuno, porque as do inverno pesado ainda não estavam expostas.
A loja se chama Primark e deve estar lá na comunidade do orkut “vida de pobre em Londres” porque é uma loja de departamento, tipo uma C&A, com roupas boas e não tão boas... uma mistura dessas lojas de departamento mais ou menos com o Lojão do Brás que vende roupas até bonitas, mas não tão boas, mas que o povo compra! Toda hora você pessoas pela rua com as sacolas de lá, vende muito! Mas se você quer roupa que dure, não é lá que vai encontrar...
A melhor coisa que comprei e já disse pra minha mãe que vou comprar uns 20 pra levar pro Brasil são uns sutiãs térmicos – meninos que não estão afim de papo de menina, pulem esse parágrafo rs – eu morro de dor nos seios com o frio! Sério! Não aguento e mal começou o frio daqui e já estou usando e adorando não sentir os peitos duros, gelados e doendo de frio! Sim, rapazes que continuaram a ler o parágrafo, tem muita mulher que não aguenta o frio em algumas partes do corpo, vocês também têm esse tipo de problema com o inverno em alguma parte que precisaria de roupa térmica? Rs Você não dá nada por esses sutiãs, só acha que são feitos de uma lycra fofinha, mas esquentam! Ah como esquentam! Amei!!!! Vou levar muitos quando voltar ao Brasil, pra ter pro resto da vida!!!
Na sexta tentei fazer um passeio que é oferecido pela empresa dos busões, claro que eu teria que pagar, que é pelos locais que lembravam ou tinham a ver com os Beatles. E lá vai Menina Enciclopédia na Picadilly Circus, onde é o ponto de encontro, e não acha nada, nem ninguém que informe onde é o local... Desisti, a hora já tinha passado mesmo, entrei numa loja para turistas que é a loucura total! Enorme e cheia de todo tipo de badulaque, claro que comprei coisas pra família e  pra mim. Andei de novo como uma camela... andei mais ainda porque resolvi ir na Hard Rock Café e me disseram que era ali perto... suuuuper perto! Umas 4 estações de metrô... da Pìcadilly fui a pé até a estação de Hyde Park Corner....
(Roubei da net esse mapinha já marcado rsrs B sendo Picadilly Circus e A Hyde Park Corner...)

Mais uma vez, chego esgotada em outro lugar... olhos as camisetas quase sem vontade, mas olho e compro, pensei em comer ou beber algo lá pra descansar, mas na parte do café tinha fila pra entrar, desisti e fui procurar um banheiro, quando acho o do metrô do Hyde Park e me assusto com a limpeza e com os azulejos artísticos que tem por lá!
Chegando em casa depois dessa canseira toda, encontro uns meninos no parquinho, todo dia tenho que cruzar um campinho/praça com aparelhos de ginásticas hidráulicos (já usei um pouquinho, mas bem pouquinho) e esses meninos estão com as bicicletas bem no meio da trilha feita na grama, com cimento, para se andar. Eles me veem e me dão passagem, agradeço e eles retribuem e ainda me dão um fiu fiu ahahahahhaha o dia valeu depois de toda a canseira! Vai ver os ingleses, mesmo muito jovens, gostam de gordas cansadas... porque a ansiedade e Portugal me engordaram muito!
Se preparem... a próxima postagem... é sobre quando Tom Riddle vira Soudemorte rs

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Primeira Semana em Londres

Resolvi, pra não ter nenhum tipo de problema, mudar o nome das figuras centrais da casa, agora temos Collorida (da terra do Collor) e LuigiMárioBrothers (viciado em games).
Contei como foi minha segunda deprê, nos dias que se seguiram eu não sai de casa para muito longe. O filho da dona da casa ficou de montar um pc temporário para mim e disse que eu poderia usar a net quando quisesse – pensei estar numa casa muito legal...
Enquanto ele não montava o pc, comecei a usar o pc do VoldmortE ou Soudemorte, acho que fica melhor e J.K. Rowlings não me processa...
Soudemorte não pareceu tão má pessoa, me ajudou a reconstruir meu cv, primeira coisa que precisava fazer, traduzido ele já estava, meu professor no Brasil me ajudou a traduzir e Soudemorte até me disse que o tradutor tinha um inglês perfeito e expliquei a ele que meu teacher no Brasil tinha feito faculdade na Inglaterra, ou seja, tinha que saber escrever bem para fazer uma graduação em outra língua.
Depois bati um papo com a dona da casa e o filho (Collorida e LuigiMárioBrothers), enquanto eles passavam roupa, estavam de férias quando eu cheguei na casa.
Na quarta até fui na casa do patrão da Collorida, ele e as filhas tinham viajado e ela precisava verificar as pendências da casa antes da chegada deles. Uma casa bem londrina: pequena por fora e grande por dentro porque tem vários andares, o problema é o tanto de escada que se tem pra subir ou descer...
Fiquei feliz de ter saído de casa, ainda não me sentia em Londres, não tinha ainda visto o Big Ben, pra mim ainda não era Londres.
Na quinta fui fazer umas compras de verdade, de comida, em Kingston, um bairro colado a Richmond e que tem uma parte comercial bem maior que Richmond. Comprei um novo chip pro meu celular, agora tinha um número para dar às pessoas e pôr no cv. Aqui também se chama c.v. e o que eu achei de mais diferente do c.v. brasileiro é que aqui se põe gostos e hobbies. E comecei a fuçar alguns sites da internet para ver empregos, mas muito rapidamente, estava no pc de outra pessoa...
Quinta-feira também é o primeiro dia que saio sozinha de casa, vou à casa de um amigo de uma amiga do Brasil. F foi muito simpático comigo quando liguei no telefone dele – agora que tinha um telefone, poderia entrar em contato com as pessoas – e ele me convidou pra jantar. Alguns dias com comida ruim feita por mim, ou seja, comendo besteira (medo de usar o fogão e o forno do lord das trevas), e aceitei na hora o convite, só precisava saber chegar a Bayswater, perto de Notting Hill, mas em outra linha do metrô.
 


Fiquei com medo por ser meu primeiro passeio sozinha e de trem/metrô, ainda mais à noite, ainda guardo muitos medos do Brasil, mas foi fácil chegar e acertar a estação. Soudemorte foi quem me disse onde descer e pegar outro trem para não ter que trocar de plataforma. Estava começando a achar que Soudemorte não era tão de morte assim e que havia algum exagero na fala das duas “As”, tentava até treinar meu inglês com ele.
Fui até a casa de F que me apresentou seu namorado M. Conversamos bastante e finalmente comi um arroz com sabor e uma carne assada da boa, fora a batata assada... me senti feliz e finalmente me senti acolhida... estava me sentindo só e agora começava a pensar que tinha amigos. Morria de saudade dos meus, sem net a vida ficava mais difícil, pois usava só o essencial no pc de Soudemorte, não queria abusar e na sexta quase tive um pc, LuigiMárioBrothers montou, mas não funcionou, faltava alguma peça e fiquei muito frustrada...
Mas voltando ao jantar, foi muito bom, conversamos, ele me contou sobre a vida dele aqui e do namorado, as dificuldades que passou, me deu conselhos e isso foi muito bom, pois soube que tenho que ficar esperta por essas bandas. Al também me deu bons conselhos sobre como são as coisas aqui – sempre estar certinho com o tax e com a documentação e cuidado com o passaporte.
Voltei pra casa já era tarde, fiquei preocupada de chegar tarde e aí pensei: “peraí! Eles não são meus pais, eu chego a hora que quiser, ninguém se importa..” aí me acalmei lembrando que não teria meu pai pra cobrar as horas ou minha mãe preocupada, mas não quer dizer que isso era bom, era só bonzinho rs Como dizem, a gente se costuma com o que é bom e com o que é ruim também...
A partir de quinta, me senti mais confiante agora que vi que o metrô de Londres e seus muitos tentáculos eram inofensivos e que não ia me perder, era só uma questão de saber me guiar corretamente dentro das estações.

Sábado Sábado!
No sábado resolvi sair pra conhecer a cidade, estava na hora, quase uma semana e parecia que estava em qualquer lugar, menos Londres. Fiz meu planejamento: Big Ben e Torre de Londres e depois veria como faria com o resto.
Só que o trem/metrô aqui, aos finais de semana, não funciona 100% quer dizer, não são todas as linhas estações que funcionam. Eu que planejavam ir até Tower Hill (Ponte de Londres) não poderia porque a linha na qual estava, District Line (a minha linha, a verde, acho que vocês ouvirão muito o nome dela) não ia até Tower Hill, o trem parou algumas estações antes e eu, como não entendia absolutamente nada o que o cara do metrô falava no microfone, não entendia essa coisa de que o trem não ia até onde eu queria. Bem, tive que descer e vi as placas de ônibus, qual pegar, para ir até o Big Ben, daí pensei “tudo bem, eu pego um bus e depois vejo pra onde vou...” Saí na estação Embakment e vi a multidão de pessoas que andavam pela rua pequena que dava na rua principal, onde teria que pagar o busão (aqui é busão mesmo rs mas tem o bus normal também...) Os famosos cantores de rua, já tinha um cantando, só não deu pra tirar foto dele porque percebi que mesmo na rua as pessoas andavam como no metrô: sempre à direita e para tirar um foto boa eu teria que ir pra contramão. Achei tudo diferente, acho que as pessoas são diferentes, além do ambiente. Quando cheguei na avenida fui dar uma olhada e ver onde pegar o ônibus e vi um lugar bem legal que fui tirar foto, tirei várias porque tudo era grande, antigo e artístico... a arquitetura era muito bonita e vi uma estação (Charing Cross que eu nem me toquei, depois entenderão) do lado de um hotel e fiquei tirando fotos de uma pequena torre que tinha ali.
Daí vi um cara num ônibus enfeitado, que era para passeio por Londres, conversei com o homem e ele me explicou que aquele não saía do lugar, mas que se eu comprasse um ticket com ele faria o passeio pela cidade, o famoso seeingsight por Londres. Entendia muito mal o que o homem me disse, ele me perguntou de onde eu era e pegou o papel de informação do passeio e me mostrou a página em português. Aí sim eu entendi! Comprei o ingresso e ele me explicou onde teria que ir pra pegar o busão. Eram duas ruas depois dali e no caminho fui batendo mais fotos.
Cheguei ao tal ponto e fui falar com o rapaz, ele pediu, em inglês, para eu esperar ali e pegar o próximo ônibus. Ele atendeu o telefone e começou a falar em português, falava algo sobre viajar, ir pro interior (de onde, não sei). Quando ele desligou eu falei “pode falar em português comigo rs” e então ele me perguntou de onde eu era,  que também era de São Paulo e me disse que ia embora em fevereiro, que não via a hora de ir embora daquele inferno! Graças a Deus ia embora em fevereiro. Fiquei espantada, uau! Ele não gostava de Londres! Achei estranhíssimo e imaginei que ele fosse mais um brasileiro que foi lá fazer um pé de meia ou estudar e não via a hora de ouvir um pagode em casa.
Hoje, há 45 dias em Londres, quando escrevo este post (dia 1º. de outubro), eu o entendo perfeitamente, naquele momento só estava deslumbrada ainda com a cidade, mas hoje eu sei o que ele quis dizer, sejam quais forem os motivos dele e mesmo que sejam diferentes dos meus, eu o entendo. Eu entendo o que é essa vontade de ir correndo pra casa, mesmo que sua casa seja cheia de problemas e o seu país também, não deixa de ser seu lar. E hoje eu sempre penso na Dorothy: não há lugar como o nosso lar!
Entrei no busão, claro que fui sentar na parte de cima para ver tudo melhor, havia fones de ouvido para colocar nas cadeiras e ouvir na língua que se escolhesse o que o “guia” (uma gravação em várias línguas) falava. Pus em português e era português de Portugal, ok! Tinha passado 15 dias lá já estava habituada a ouvir falar “nesta paragem do autocarro” você poderá visitar tal e tal lugares.
Comecei a tirar fotos como louca, mal sentava e depois percebi o quão perigoso era eu ali em pé no andar de cima sem teto... mas estou inteira e as fotos também rs
Quando vi o Big Ben só conseguia pensar “UAAAAAUUU” fiquei de olhos arregalados... daí a pouco era o rio Tâmisa e chegando mais perto o London Eye, um arrepio me correu o corpo, sim, eu estava mesmo em Londres, eu estava naquele ônibus vendo tudo aquilo e ficando maravilhada. A cada local que passava eu ficava mais encantada, mais feliz de estar ali.
A ponte de Londres foi um encantando, passar por ela, não conseguir parar de tirar fotos. Fiz todo o percurso do ônibus e decidi descer onde se pegava o barco que andava por quase todo o Tâmisa, fazia parte do pacote do ingresso que comprei. Era do lado do London Eye, do outro lado da margem via o Big Ben e tentava bater fotos minhas... até que três espanhóis (bem, falavam espanhol... poderiam ser da Argentina, por exemplo...) me pediram pra bater uma foto deles e aí eu pedi pra eles baterem uma minha – aquela foto com o Big Ben atrás que todo mundo já conhece, tá muito manjada... uma pena que não dá pra reparar que a minha camiseta é do hard Rock Café de Lisboa...
Vi que ali tinha um museu do cinema e logo lembrei da Garota no Hall, que ela iria adorar, também estava do lado do Aquarium, ainda não fui lá.
Fui até o barco e, claro, também fiquei na parte de cima, só depois de estar no barco há muito tempo me lembrei do meu enjôo básico, mas ali não tinha ondas, não era o mar e foi tranquilo, parei de pensar nisso e curti a viagem que foi até Greenwich, mas infelizmente não deu tempo de visitar o parque ou as instalações, peguei o último horário do barco e se me demorasse ali, não saberia como fazer pra voltar se perdesse o barco.
O barco fez uma pausa e eu fiquei sem entender se teria que trocar de barco ou não pra ir embora... Outras pessoas também pareciam não entender, eram todos turistas como eu e arrisquei um italiano com um grupo de idosos: “questo barco(??) ritorna a Londra?” E o senhor me disse que sim e que estavam esperando também, o cara do barco tinha confirmado para ele. E eu “grazie mille” e ouvi um “prego” rs achei muito legal saber que meu italiano ainda servia pra alguma coisa, que não estava de todo perdido.
No barco havia um guia, dessa vez uma pessoa real que ficava fazendo piadas pelo caminho, algumas eu até entendi, outras não, o problema é que na volta ( estava um vento que preferi ficar na parte debaixo, já tinha visto tudo mesmo) ele contava as mesmas piadas dos mesmos lugares! Não mudava nada! E embaixo havia muito mais mulheres com crianças e as crianças ouviam e riam, parecia que nunca tinham ouvido aquilo, mas sorriam daquele jeito porque viam as outras pessoas rirem.
Foi um passeio bem divertido e vi que onde o barco ancorou estava perto da estação de Westminster, onde eu pretendia descer para ver o Big Ben, e o vi novamente e resolvi dar mais uma andadinha, encontrei o Parlamento e a abadia de Westminster (não a abadia de Manchester rs). Muito protestos expostos por lá, principalmente pedindo a volta dos soldados ingleses que foram para o Iraque e Afeganistão (sempre saem notícias nos jornais, o do metrô é o que eu leio, é de graça e sempre tem um no trem, falando dos soldados que estão lá, que morrem, sofrem acidentes graves, perdem membros etc).
Quando vi mais de perto toda a abadia e o parlamento fiquei chocada, no bom sentido, era enorme! Como o mosteiros dos Jerônimos em Lisboa, não conseguia pegá-lo inteiro pra uma foto. Percebi que a Europa ainda tem muito o que me mostrar, porque no Brasil não tem prédios imensos, grandiosos eregidos há séculos... ainda espero ver muito mais coisa e me maravilhar pelo velho continente.
Voltei pra casa contente, finalmente sabia que estava em Londres. Estava extremamente cansada de todo esse passeio, mas tinha valido muito a pena!


(acompanhe minha marcação no meio de toda essa cor rs)

sábado, 2 de outubro de 2010

Londres, do começo

Esperei por bastante tempo no aeroporto, daí um homem veio falar comigo, perguntou se eu era a R e eu disse que sim... não sou boa fisionomista, mas acabei lembrando da foto dele: marido da amiga que eu esperava, a mulher ia nos encontrar numa estação de metrô e ele se encarregou, pra adiantar as coisas, de me buscar. Claro que eu fiquei meio apreensiva, mas ele sabia meu nome e confirmou coisas que perguntei. A desconfiada rs
Em Heatrhow tem três terminais e em cada um uma estação de metrô, pegamos uma delas, não sei qual, não prestei atenção, mas achei interessante que pudemos levar o carrinho de mala até a catraca, o que facilitou bastante.
Minha primeira viagem de metrô em Londres, o metrô é menor do que o de Sampa, no formato, um cara de 2 metrôs não deve ficar bem em pé ali. E há espaços pra malas, ou pra cadeiras de rodas, carrinhos de bebê... ele colocou minha mala nesse lugar e eu sentei meio perto, ele sentou em outro lugar e falou pra mim, não se preocupe, não tem problema. Ninguém levaria minha mala. Aí sentei perto dele e fomos conversando em português enquanto outras pessoas conversavam em outras línguas, também  com malas espalhadas pelo vagão.
W me contou sobre a vida de trabalho e mais trabalho em Londres, sobre como a vida é cara por aqui e quanto imposto se paga, também falou da normalidade em locais onde eu iria morar - e onde ele e Ad moram também – de se ver esquilos, raposas andando pelos quintais.  Quando  fui com a dona da casa levar Ad e W para a casa deles , na volta, vi as raposas andando pela rua...
Encontramos com Ad na estação de Hammersmith e trocamos de plataforma, a primeira coisa que estranhei foi o uso de elevador na estação e a voz que fica “Stand clear the door”...
A paisagem já me pareceu bem diferente pela janela do metrô e vi as famosas casinhas de tijolinhos.
Chegamos a estação de Richmond, onde o filho da dona da casa, PA, foi nos buscar de carro. Já estranhei para entrar no carro e onde ele estava estacionado, na contramão rs
Durante o percurso achava que os carros iriam bater na gente, essa sensação ainda me acompanhou por quase um mês rs É estranho essa coisa de andar em outra mão, ainda não sei pra que lado olhar ao atravessar a rua, assim, olho igual doida para os dois rsrs Espero não ser atropelada por me acharem a louca que não olha pro lado certo...
Cheguei à casa de Al, a conheci, fui bem recebi, conheci  seu marido, VoldmortE, logo saberão – quem ainda não sabe – porque dei esse nome a ele.
Estava ansiosa pra saber sobre como pagaria e tudo mais, conheci meu pequeno quarto, mas gostosinho. Daí fiquei sabendo da primeira pedra no sapato de Harriete Potter, eu: teria que mentir sobre o preço do quarto para o VoldmortE, ele pensaria que eu pago menos do que pago, 20 libras a menos. Grande confusão em família, mal cheguei e já me meti em confusão...
Jantamos, primeiro  jantar de boas vindas, depois a comida seria por minha conta. Não estava inclusa no preço do quarto, mas poderia usar geladeira, fogão, microondas, ficaria com uma parte do armário da cozinha, duas prateleiras pequenas, pra pôr comida, assim como na geladeira. Ela me disse que VoldmortE me ensinaria a ligar a máquina de lavar e que eu deveria sempre deixar a louça no lava-louças, quando fica cheio, ligam para lavar tudo que está lá. Lava-louças sempre me pareceu uma coisa inútil e continua. Deixa os copos cheio de marquinhas como se você não tivesse lavado, fora que fede, talvez porque não LIMPAM os pratos antes de pôr dentro dela, se é pra limpar antes de pôr, pra que lavar nela? Eu sou antiquadra quanto a máquina de lavar, o homem ainda vai ter que penar muito pra fazer uma que realmente funcione direito, eu acho, porque se é pra ter trabalho, lavo na mão.
Ainda me sentia nervosa, ansiosa por estar num lugar novo, com pessoas estranhas e já sabendo desde o Brasil que VoldemortE era um tipo não muito simpático. Ad ficou me falando pra eu sempre falar em inglês com ele, que ele não gosta que falem em português perto dele, porque ele não sabem do que estão falando – faz sentido -, mas que ele é terrível e não pode saber o valor real de quanto eu pago no quarto porque Al teria que dar mais de “comissão” pra ele.
Quando já se chega assim numa casa, é complicado, já fui ficando apreensiva e com medo dele.
Tanto medo que na segunda-feira, cheguei no domingo, eu me sentia muito triste. Fui com ele ao supermercado, comprei algumas coisas pra mim, mas era o mercadinho perto de casa,  não tinha tudo que queria e precisava. Vi uma comida congelada pra microondas e resolvi comprar pra comer de almoço. O primeiro almoço londrino, sozinha em casa, porque vold saiu. O risoto que comprei era horrível! E que eu ainda derramei a água no microondas, primeiro desastre culinário em Londres. Almocei me sentindo péssima, parecia que estava de ressaca de tão deprê que me sentia – sei o que é ressaca pós enxaqueca, serve?
Tentei e tentei ligar a tv e não sabia como fazer... até que escutei PA na casa dele e fui perguntar, há tomadas para as tomadas, você as desliga quando não está usando para não ficar a corrente de energia sem necessidade. Achei Friends num dos canais, algo como uma maratona, lá pela primeira ou segunda temporada e fiquei assistindo, me salvaram, Friends são pra essas coisas, né? Rs
Mais à noitinha a dona da casa faz aulas de dança com o filho e me convidaram para assistir a aula, fui, não aguentava mais ficar naquele tédio. PA me inscreveu pra aula, eu não queria, mas ele achou que seria mais divertido do que só ver.
Fiquei com a turma que estava iniciando... foi divertido, apesar de mal entender a todos, imagina entender marcações pra dança... Mas conseguir dizer um “what beautiful nails!” para a senhora que fazia inscrições e usava um azul jeans metálico nas unhas, ela me agradeceu séria e vi que ingleses não são muito de receber elogios...
A aula de dança foi divertida, a professora quando soube que eu era do Brasil, e uma outra professora (dos donos da casa) também, ficaram meio que encantadas e elas sim foram muito simpáticas comigo. A professora que dava aula pra turma dos donos da casa os convidou para um jantar na casa dela, não entendi quando, só sei que ela me convidou também, mas até hoje, mais de um mês depois, não fui a nenhum jantar... lembro bem que ela disse quer era comida chinesa, perguntou se eu gostava, mas nada de jantar na casa da M e comida chinesa pra mim...
Fui dormir mais animada, a tristeza tinha passado, me sentia melhor por  ter visto gente e ter começado a ter vida social, mesmo que muito timidamente, pelo menos o tempo passou voando!