quarta-feira, 29 de junho de 2011

Casas que morei em fotos

Casa do GG e da Pureza:


Abertura da Porta para Leetle

Quintal do GG (dos fundos)

Banheiro do GG, azulejo da banheira... o que é isso? não quero saber!!!!

entre a máquina de lavar e secar...
Mansão do Horror:

Prateleira da Geladeira de Soudemorte, eu levantei o leite para bater a foto

Microondas de Soudemorte


sábado, 11 de junho de 2011

Stewart Leettle, parte final

Finalmente chegamos aos outros dois personagens que faltavam nessa casa: o rapaz do video-game, que era até gente boa não fosse ele chegar de madrugada e jogar video-game com o volume no último e ainda gritar: meerda! merda! meeeerda! enquanto jogava às 2 da manhã...

Ele morava no outro quarto, ao lado do meu, gostava de ouvir a Rihanna e Duffy, paulista, está aqui há 3 anos e chegou pra estudar e foi ficando... passaporte italiano, vai embora quando  tiver vontade, se tiver.

Uma bela tarde de quarta-feira, me dei ao luxo de ir ao cinema ver a De Volta para o Futuro na comemoração de 25 anos do filme. Cheguei na casa cansadona... e me joguei na cama e liguei a tv para descansar... eis que então que só escuto um barulho debaixo da minha cama e um pequeno vulto saindo desembestado por debaixo da porta: era meu novo amiguinho que parecia dividir quarto comigo: Stewart Leetle ou Leetle Stweart, cheguei a alcunhá-lo de James Stewart Leetle, mas o James verdadeiro nunca mereceu isso...

Fiquei passada, apavorada... um rato acabava de sair pela porta do meu quarto!
E percebi que havia um buraco enorme no canto da porta por onde ele teria livre acesso... pensei na janela que deixava sempre aberta, teria ele vindo de fora?
Fazia muito tempo que se precisava carpir aquele quintal da parte de trás...

Apavorada, fui contar pro GG sobre o que tinha acontecido. Ele e Pureza riram, riram na minha cara e ele ainda disse:

"ah, então vou ter que cobrar aluguel dele também!"

Aí ficou sério e começou a perguntar: você deixa resto de comida no seu quarto?
E fez outras perguntas como se eu fosse a pessoa mais porca do mundo e pra todos eu respondi o óbvio: não!

O meu pavor foi tanto que fui dormir morta de medo, na verdade, não dormi direito aquela noite pensando que o Leetle deveria ser o Lee amigo de Soudemorte que o transformou em rato pra terminar de acabar com minhas poucas alegrias em Londres...
Falando sério, fiquei pensando que se ele saiu pela porta tão rapidamente era porque conhecia muito bem o caminho e que saberia fazer o caminho de volta...
Acordei no meio da noite assustada, toquei em algo do lado do meu travesseiro: era meu relógio de pulso que eu deixava ali porque tenho mania de olhar as horas toda vez que acordo... imaginem... eu pensando estar tocando um rato que estaria dormindo beeem no meu rosto... minha pressão deve ter chegado a 30...

Dormi apavorada e fui comprar panos e adesivos pra tentar vedar minha porta, só abria a janela quando estava no quarto e de olho, olhei todos os cantos pra ver se ele poderia estar em algum lugar ou se havia algum buraco...
Tentei vedar a porta, mas descobri que ele poderia ir pela parte de cima dela, que dava uma falha... é... as belas e bem conservadas casas de Londres alugadas por brasileiros...
Dava uma falha na porta porque ela ficava torta e também percebi que a porta era só duas folhas: era oca por dentro... o ratinho poderia fazer a festa ali... e, mesmo assim, colocava os panos debaixo só pra tentar dormir tranquila...

Avisei o rapaz do quarto ao lado, queria saber se ele já tinha tido algum problema, GG tinha me dito que nunca tinham  tido problema de rato lá... falou com a maior cara de "oh! que surpresa!" por isso ficou me culpando e tal... tentando me fazer ser culpada.
O moço do video-game me disse que nunca tinha visto e que ficaria esperto... pro outro casal não avisei, quase não os via e achei que o problema era mesmo da janela e que talvez o bicho tinha ido embora...

Algum tempo depois, o bicho aparece de novo no quarto do rapaz do lado. Ele disse que o bicho fazia barulho no guarda-roupa dele, mas ele não o viu.
Corri pra ver meu guarda-roupa, não achei nada, só do lado de fora, num canto que guardava sacolas estavam molhadas... morri de nojo e medo!
Não tinha cheiro de urina e achei que poderia ser por essas sacolas estarem do lado do aquecedor... em todo caso, joguei tudo fora com raiva, porque tinha planos pras coisas que estavam ali.

GG não viu o rato, Pureza não viu o rato e não resolviam nada, só deu uma pequeníssima  ratoeira para o moço do video-game pôr no quarto dele, parecia ratoeira de brinquedo... uma palhaçada!
Pureza chegou a me perguntar se eu tinha nojo de rato, que não era tão grande coisa assim e eu disse que não tinha nojo, tinha pavor e ela me olhou com uma cara do tipo: credo, que menina mais nojentinha!
Como se rato fosse um animal de estimação... talvez o dela... além do GG...

Mais alguns dias e contei pro casal goiano sobre o Stewart... eles não o tinham visto também, parecia meu karma: só eu o conhecia pessoalmente...

Passado algum tempo não soube mais da criatura e fiquei tranquila. Até que um domingo, na cozinha, esquentando meu jantar só vejo um barulho estranho e uma coisa correndo na minha direção: gritei como uma louca!!!!!!! O bicho, antes de chegar em mim, desviou, outro buraco para ele, debaixo da mesinha da cozinha, daquelas só de parede, tinha um vão numa portinha, ali era a entrada pra debaixo da escada... meu amigo tinha mais um esconderijo...
O engraçado é que o casal goiano estava na casa e não foi lá ver o que estava acontecendo, e se eu tivesse tido um ataque do coração? Morria ali...
Uns dias depois o rapaz desse casal veio me perguntar se tinha sido o rato, porque ele foi passear no quarto dele e que ele só não o matou, porque a mulher gritou e assustou o bicho.
E ele me disse para eu olhar atrás da privada, havia mesmo um buraco ali também que tentaram tampar com uma bucha de lavar prato... ou seja, o problema era antigo... só disfarçado...



Estava ficando cansada daquilo, ainda mais que comecei a acordar de manhã e todos os dias encontrava cocô de rato no chão.
Já não aguentava mais morar ali por conta da minha rinite atacada pelo carpete do quarto e pelo aquecedor que eu comecei a desligar durante à noite, mesmo com -2 graus Celsius -, com um outro morador me sugando a tranquilidade e o meu dinheiro ficando cada vez mais raro... tinha que me mudar... o cara não dava jeito... não tomava providência, só tinha posto na pia uma daquelas placas de pegar rato... só!
Leetle era muito esperto pra não passar por ali...

Alguns dias depois encontrei minhas coisas no armário da cozinha roídas: uma caixa daquele After 8 e até um rolo de papel toalha, no plástico fechado, estava roído... joguei a grande maioria das coisas fora e vi que realmente a coisa estava cada vez pior!
O casal fofo não me reembolsou os gastos com a comida roída e não ia mais ficar ali...

Fora a limpeza da casa: pagava 85 a semana e, em dois meses que fiquei lá, vi duas vezes a casa ser limpa - banheiro principalmente!!!!

No meio de muita pressa, resolvi ir morar com Marciana - logo saberão mais a respeito - antes de sair, era perto do Natal e fui pra Portugal ver minhas tias e passar o Natal em família.
Deixei minhas coisas na casa da Marciana antes de viajar.

Um dia antes de deixar a casa, Pureza veio me dizer que não ia mais deixar o forro de aluminio nas bocas de fogão, porque ela fazia isso pra não precisar limpar o fogão, sujava e se jogava fora, mas cada um teria que limpar a partir de agora porque ela havia achado restos de comida ali parado e cocôs de rato.
E eu: bem, eu estou saindo e já não estou mais cozinhando aqui.
(preferia comer, novamente fast food do que naquele nojo de cozinha)

Ela ficou com cara de c* pra mim...  tipo: é, né? Joga na cara...

Mas eu havia dito que tinha pavor de rato, eu tinha avisado sobre o bicho... não ia ficar pagando 85 libras por semana por um quarto que eu dividia com um rato, não dormia porque tinha um cara jogando video-game no último volume e gritando, com a garganta moída e doendo e o nariz sangrando por conta do aquecimento e do carpete de 50 anos no chão - eu passava aspirador até 2 vezes por semana, mas o negócio era velho... (GG ainda me falou que tinha um aparelho pra lavar carpete: ah tá! agora vou lavar pra você, né?)

Não, não dava mais pra morar assim... e saí antes de um presente maior de Natal do Leetle...

10 meses ou como eu mudaria tudo...

Depois de 10 meses em Londres a ficha realmente cai. Quer dizer, agora você já sabe tudo que fez errado e como deveria ter feito se fosse hoje que estaria planejando sua viagem.

Vou fazer uma listagem:

1 - Nunca, NUNCA, aceite morar na zona 4 ou mesmo zona 3: você só gastará muito dinheiro com transporte, o mais viável é o metrô, que é caro. Prefira morar na zona 1 e 2 e use ônibus. Se você carregar seu bilhete único daqui (top up your Oyster or Traveller Card), para uma semana de ônibus, você pagará bem menos que de metrô e poderá andar quantas vezes quiser de ônibus num dia por todas as zonas da cidade - se tiver paciência pra isso rs;

2 - NUNCA aceite morar numa casa em que a pessoa fala pra você:  tem um probleminha, depois te conto. NUNCA deixe esse "probleminha" para saber quando chegar em Londres, você poderá estar morando na Mansão do Terror e nem sabe...

3 - Se sua meta é estudar e não pagou curso no Brasil, tenha isso como a primeira coisa a resolver aqui. Estou há 10 meses e só fiz aulas particulares, são boas, mas não dão certificado de que você estudou em Londres. E se você deixar isso pra depois, como duas pessoas me disseram (e é a pura verdade): Londres te engole! Não seja engolido por Londres como eu, vá procurar um curso no centro, na Oxford Street existe pra todos os gostos e preços e os "General English" costumam começar toda a semana. Diferente de quando eu morava em Richmond (zona 4) que tinha datas fechadas como outubro e janeiro... e isso fez com que eu pensasse que era assim na cidade toda;

observação: Richmond é um lugar maravilhoso de se morar e você tem muito mais contato com ingleses - o bom das zonas mais distantes é isso, são bons locais pra se praticar inglês com nativos - , mas é distante dos trabalho e escolas...

4 - Procure alugar uma casa para morar que não seja com brasileiros ou portugueses, senão você, como eu, não falará inglês e passará por muitas situações de raiva - não que não passe com outras nações, mas eles são muito mais na deles e não se metem na sua vida, além de cuidar melhor da casa;

5 - Dê preferência por casa de ingleses natos que alugam, eles cuidam muito da casa e qualquer problema estão atentos a fazer o melhor possível - como acontece onde mora uma moça que conheço;

6 - Se seu landlord (senhorio) não der conta daquilo que você reclamou, espere alguns dias, nada resolvido, vá procurar outro lugar: ele não vai resolver, vai empurrar com a barriga enquanto puder, pode ser por anos;

7 - Vá procurar emprego depois de já estar estudando e procure um horário que não atrapalhará seus estudos;

8 - Procure fazer amizades com falantes de qualquer outro idioma menos o português, isso será bom pra treinar o inglês, mesmo que os outros, nem você, falem corretamente, é um treino;

9 - Não pense que será fácil fazer amizades, até com brasileiros será difícil: cada um se fecha no seu mundo e só pensa em ganhar dinheiro. O que você mais vai ouvir será: estou busy. As pessoas, definitivamente, não  têm tempo para serem sociáveis e legais nem com elas mesmas. A ganância do dinheiro e, talvez, por terem passado perrengues aqui, faz com que as pessoas não ajudem ninguém. Ninguém ajuda ninguém em Londres, isso é fato. Nunca conte com a ajuda e boa vontade das pessoas, isso não existe aqui. Claro, isso é 1% do que pode acontecer... mas tenha sempre um plano b porque é ele que você vai usar na grande maioria das vezes;


Conselhos de coisas que não vivi, mas já vi gente passando sufocos:


10 - Venha com dinheiro, não seja louco de chegar aqui com pouco achando que vai arrumar emprego rápido - o país está em recessão e até pra ser cleaner a coisa está complicada;


11 - Se você tiver como tirar uma cidadania de algum país da comunidade européia, tire antes de vir, você passará pela imigração sem dor; caso não tenha como: venha com visto de estudante ou de trabalho. Não tente ser mais um "indocumentado" aqui (como os ilegais se 'qualificam'), a vida é difícil para quem tem visto ou cidadania, imagine chegar aqui e ficar escondido ou arrumar um emprego de escravo, os empregos já são de trabalhos forçados... sem documento então... espere pela pior exploração possível.


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Queria fazer uma observação aqui nessa postagem porque magoei pessoas queridas:  Patrícia e sua mãe, a Rita. Elas fazem parte do um por cento de brasileiros que são dignos, honestos e amigos em Londres. Outra coisa: as aulas particulares de inglês da Patrícia são muito melhores que qualquer curso da Oxford st. Se você quer aprender inglês, com ela você aprende, nas escolas da Oxford e etc só repete o que viu no Brasil ou nem isso...  só quero frizar que: você quer um papel dizendo "estudei em Londres" pra provar no Brasil, aí você faz qualquer escola mesmo...

Espero ter acabado com esse mal entendido terrível!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Quase uma bipolar... ou ... vencendo o bullying

Estou reabrindo o blog...
Eu sei, vocês devem ficar: decide o que você quer, Regina!

E, na verdade, eu quero ele aberto, nunca tive blog fechado.

Pensei muito sobre o motivo de restringir esse blog e percebi que quem estava perdendo era eu e meus amigos. Afinal, estava fechando meu blog para o bullying e a única coisa que ele causa é revolta, medo e traumas. Como eu não estou mais na escola, não sou mais adolescente e acho que tenho maturidade suficiente pra lidar com isso, estou reabrindo.
Abaixo a censura! rs

Estava no trabalho refletindo: a esperança tem que vencer o medo! (lembram disso? rs)

Pois é!
Eu não posso ser fraca a ponto de me esconder se não faço nada de errado (sou uma pessoa de altos e baixos e gostaria de saber quem não é) não vou mais me esconder como uma criminosa, não sou criminosa, não sou culpada de nada.
Sou apenas uma pessoa que desabafa muito e, às vezes, até demais, o que gera mal entendidos, principalmente para quem não conhece a "raíz" da questão.

Não tenho que me explicar para ninguém, é fato, mas preciso deixar claro que fiquei extremamente chateada e angustiada por falarem mal de mim, rirem de mim, sem me conhecerem, sem entenderem realmente quem eu sou.
Quer dizer, sem me conhecerem e falam tantas coisas que não são verdade, se se baseiam em meu perfil do Facebook, então, se baseiam muito mal: aquilo deve ser 0,00000000000000000000001% de quem eu sou realmente.
Acusar sem provas, falar coisas das quais não se sabe com o mínimo de embasamento e brincar até por eu usar rivotril - sem saber e entender os motivos do uso desse remédio - é no mínimo triste.
Sim, eu fiquei muito triste de saber que usavam minhas palavras aqui e no twitter para rirem de mim, da minha tristeza, da minha doença e dos meus problemas.
É quase como "chutar cachorro morto" quando me atacam numa crise de depressão... e aí é muito fácil...

Mas todos as pessoas que admiro também sofreram calúnias, difamações, bullying e elas ficaram, preservaram seus nomes. Por que eu, um ser tão pequeno perto dessas pessoas, não posso aguentar essa gotinha?
Serei forte e continuarei com minha vida aberta como era antes. Como dizem: os cães ladram e a caravana passa.
Quem tem a consciência tranquila sofre com coisas como essas, mas sabe que a verdade, cedo ou tardíssimo, sempre vem à tona.

Eu não vou esperar pela verdade vir à tona, vou viver minha vida, com a cabeça erguida, porque eu posso.