sábado, 2 de outubro de 2010

Londres, do começo

Esperei por bastante tempo no aeroporto, daí um homem veio falar comigo, perguntou se eu era a R e eu disse que sim... não sou boa fisionomista, mas acabei lembrando da foto dele: marido da amiga que eu esperava, a mulher ia nos encontrar numa estação de metrô e ele se encarregou, pra adiantar as coisas, de me buscar. Claro que eu fiquei meio apreensiva, mas ele sabia meu nome e confirmou coisas que perguntei. A desconfiada rs
Em Heatrhow tem três terminais e em cada um uma estação de metrô, pegamos uma delas, não sei qual, não prestei atenção, mas achei interessante que pudemos levar o carrinho de mala até a catraca, o que facilitou bastante.
Minha primeira viagem de metrô em Londres, o metrô é menor do que o de Sampa, no formato, um cara de 2 metrôs não deve ficar bem em pé ali. E há espaços pra malas, ou pra cadeiras de rodas, carrinhos de bebê... ele colocou minha mala nesse lugar e eu sentei meio perto, ele sentou em outro lugar e falou pra mim, não se preocupe, não tem problema. Ninguém levaria minha mala. Aí sentei perto dele e fomos conversando em português enquanto outras pessoas conversavam em outras línguas, também  com malas espalhadas pelo vagão.
W me contou sobre a vida de trabalho e mais trabalho em Londres, sobre como a vida é cara por aqui e quanto imposto se paga, também falou da normalidade em locais onde eu iria morar - e onde ele e Ad moram também – de se ver esquilos, raposas andando pelos quintais.  Quando  fui com a dona da casa levar Ad e W para a casa deles , na volta, vi as raposas andando pela rua...
Encontramos com Ad na estação de Hammersmith e trocamos de plataforma, a primeira coisa que estranhei foi o uso de elevador na estação e a voz que fica “Stand clear the door”...
A paisagem já me pareceu bem diferente pela janela do metrô e vi as famosas casinhas de tijolinhos.
Chegamos a estação de Richmond, onde o filho da dona da casa, PA, foi nos buscar de carro. Já estranhei para entrar no carro e onde ele estava estacionado, na contramão rs
Durante o percurso achava que os carros iriam bater na gente, essa sensação ainda me acompanhou por quase um mês rs É estranho essa coisa de andar em outra mão, ainda não sei pra que lado olhar ao atravessar a rua, assim, olho igual doida para os dois rsrs Espero não ser atropelada por me acharem a louca que não olha pro lado certo...
Cheguei à casa de Al, a conheci, fui bem recebi, conheci  seu marido, VoldmortE, logo saberão – quem ainda não sabe – porque dei esse nome a ele.
Estava ansiosa pra saber sobre como pagaria e tudo mais, conheci meu pequeno quarto, mas gostosinho. Daí fiquei sabendo da primeira pedra no sapato de Harriete Potter, eu: teria que mentir sobre o preço do quarto para o VoldmortE, ele pensaria que eu pago menos do que pago, 20 libras a menos. Grande confusão em família, mal cheguei e já me meti em confusão...
Jantamos, primeiro  jantar de boas vindas, depois a comida seria por minha conta. Não estava inclusa no preço do quarto, mas poderia usar geladeira, fogão, microondas, ficaria com uma parte do armário da cozinha, duas prateleiras pequenas, pra pôr comida, assim como na geladeira. Ela me disse que VoldmortE me ensinaria a ligar a máquina de lavar e que eu deveria sempre deixar a louça no lava-louças, quando fica cheio, ligam para lavar tudo que está lá. Lava-louças sempre me pareceu uma coisa inútil e continua. Deixa os copos cheio de marquinhas como se você não tivesse lavado, fora que fede, talvez porque não LIMPAM os pratos antes de pôr dentro dela, se é pra limpar antes de pôr, pra que lavar nela? Eu sou antiquadra quanto a máquina de lavar, o homem ainda vai ter que penar muito pra fazer uma que realmente funcione direito, eu acho, porque se é pra ter trabalho, lavo na mão.
Ainda me sentia nervosa, ansiosa por estar num lugar novo, com pessoas estranhas e já sabendo desde o Brasil que VoldemortE era um tipo não muito simpático. Ad ficou me falando pra eu sempre falar em inglês com ele, que ele não gosta que falem em português perto dele, porque ele não sabem do que estão falando – faz sentido -, mas que ele é terrível e não pode saber o valor real de quanto eu pago no quarto porque Al teria que dar mais de “comissão” pra ele.
Quando já se chega assim numa casa, é complicado, já fui ficando apreensiva e com medo dele.
Tanto medo que na segunda-feira, cheguei no domingo, eu me sentia muito triste. Fui com ele ao supermercado, comprei algumas coisas pra mim, mas era o mercadinho perto de casa,  não tinha tudo que queria e precisava. Vi uma comida congelada pra microondas e resolvi comprar pra comer de almoço. O primeiro almoço londrino, sozinha em casa, porque vold saiu. O risoto que comprei era horrível! E que eu ainda derramei a água no microondas, primeiro desastre culinário em Londres. Almocei me sentindo péssima, parecia que estava de ressaca de tão deprê que me sentia – sei o que é ressaca pós enxaqueca, serve?
Tentei e tentei ligar a tv e não sabia como fazer... até que escutei PA na casa dele e fui perguntar, há tomadas para as tomadas, você as desliga quando não está usando para não ficar a corrente de energia sem necessidade. Achei Friends num dos canais, algo como uma maratona, lá pela primeira ou segunda temporada e fiquei assistindo, me salvaram, Friends são pra essas coisas, né? Rs
Mais à noitinha a dona da casa faz aulas de dança com o filho e me convidaram para assistir a aula, fui, não aguentava mais ficar naquele tédio. PA me inscreveu pra aula, eu não queria, mas ele achou que seria mais divertido do que só ver.
Fiquei com a turma que estava iniciando... foi divertido, apesar de mal entender a todos, imagina entender marcações pra dança... Mas conseguir dizer um “what beautiful nails!” para a senhora que fazia inscrições e usava um azul jeans metálico nas unhas, ela me agradeceu séria e vi que ingleses não são muito de receber elogios...
A aula de dança foi divertida, a professora quando soube que eu era do Brasil, e uma outra professora (dos donos da casa) também, ficaram meio que encantadas e elas sim foram muito simpáticas comigo. A professora que dava aula pra turma dos donos da casa os convidou para um jantar na casa dela, não entendi quando, só sei que ela me convidou também, mas até hoje, mais de um mês depois, não fui a nenhum jantar... lembro bem que ela disse quer era comida chinesa, perguntou se eu gostava, mas nada de jantar na casa da M e comida chinesa pra mim...
Fui dormir mais animada, a tristeza tinha passado, me sentia melhor por  ter visto gente e ter começado a ter vida social, mesmo que muito timidamente, pelo menos o tempo passou voando!

3 comentários:

  1. Eu fico toda encantada com seu diário de bordo! Às vezes só de viajar pra um estado diferente a gente já parece em outro mundo, imagina em outro país, outra cultura...

    Menina, essa do VoldeMORTE não poder saber qto vc paga me deixou pasma! Sinal que é boa gente mesmo...
    Aliás, só de vc falar já tenho medo dele! O_O

    Bom, agora é esperar a outra parte! Ou outras... hehehe!

    Beijo, queridinha!


    PS* Se fosse eu no seu lugar já teria me perdido umas 500 vezes, e sido atropelada umas 50, com certeza! hahahahahaha!!

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  2. eheheh eu ja fui 2 vezes quase atropelada e perdida eu sempre fico rs o bom e que tem muita linha de metro pra eu me achar rs

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  3. Realmente, metrô é o salva-vidas urbano! hehehe!
    Se perdeu? Ache o metrô!

    Uia! Criei um slogan! hahahahahaha

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