sexta-feira, 2 de junho de 2017

O Império mesclado do Fado

Depois de mudar de prédio, comecei a trabalhar apenas 2 horas o que era melhor que nada, mas não ajudava muito.

Meu supervisor era um português, a gerente dele (ou seja lá como chamavam quem estava acima e no Império do Fado eu não sabia que existia) era uma colombiana que pus o apelido de LaGuerta, a chefe de Dexter. Não houve motivo algum, só achei que se encaixava nela, enquanto o nome verdadeiro lembrava o zodíaco.

Tudo isso eu contei aqui ou quase tudo isso.

Minhas colegas de trabalho eram portuguesas, colombianos, ucranianas e uma brasileira.
A brasileira foi uma das poucas pessoas das quais me tornei amiga, vou chamá-la de Rutinha, já que ela tinha o mesmo nome daquela professora mal educada que trabalhava na escola comigo, mas só uma pode ser a má, a outra tem que ser a boazinha.

Comecei com 2 horas, mas sempre o supervisor pedia pra eu ficar uma hora a mais, então sempre ganhava por três, o que era bom, mas o trabalho era duro. Lavava 4 andares só de banheiros em duas horas e na outra hora fazia todo tipo de serviço: limpar baias de trabalho que alguém faltou pra limpar, tirar os lixos, mais banheiros em algum outro andar, limpar escadas de emergência, limpar hall de entrada e frente de elevadores, etc etc etc sempre tinha serviço e eu agradecia porque era mais 8,40 que entrava no meu pagamento.

Havia umas portuguesas que eu não entendia absolutamente nada do que elas falavam, eram da Ilha da Madeira e uma delas eu não sei se fingia desentendimento ou era sacana mesmo: sempre fechava o lugar de guardar os materiais antes de eu guardar, sempre fazia alguma coisa para me atrapalhar o serviço e com o tanto que conhecia as portuguesas imagina que era provocação com mais uma brasileira.

Rutinha era gente fina, conversávamos muito e íamos até embora juntas, não tínhamos nenhum problema, uma ajudava a outra e por que não pôde ser assim logo de cara e só quando estou louca para ir embora encontro alguém assim?

As ucranianas eram na delas, mas pareciam boas pessoas. 
Das portuguesas também fiz amizade com uma mais nova, era uma garota super nova que a mãe trabalhou como faxineira e ela seguia o mesmo caminho. O que não entendíamos, já que ela estudou em Londres, foi criada lá, não precisava daquilo, tinha inglês fluente.
Ela era uma pessoa legal que pensava diferente das outras portuguesas, imagino por ser mais nova e ter sido criada lá. Protetora dos animais, ajudava num abrigo e tinha seu cão que sempre comentava comigo.

Um dia ela explodiu com o supervisor e foi embora, ele brigou com ela e ela respondeu a altura, em inglês, porque ela disse que quando ficava nervosa só conseguia brigar em inglês, saiu e foi trabalhar numa loja. Mantenho contato com ela e com a Rutinha até hoje por terem sido pessoas legais que conheci em Londres, as poucas porque a maioria eu deletei.
Devem  ter sobrado elas duas, a Roommate do bem e Anjo? os demais não tenho contato, não merecem.

O supervisor não era ruim e havia outra supervisora também, uma ucraniana que todo mundo achava que estava lá por ser namorada de outro supervisor português - um que já apareceu aqui quando eu fui procurar emprego e colocou o dedo pro outro ver que eu tinha colocada que tinha depressão, lembram? ele não era tão ruim quanto pensei.
Ele me chamou para trabalhar durante o dia nas férias de outra ucraniana, num outro prédio encostado em Victoria Station e se eu não fosse embora, teria trabalhado em outro prédio depois.

Fico pensando que talvez depois conseguisse meu próprio prédio durante o dia, mas estava indo embora e não queria mais saber de nada.
Conto na próxima como foi trabalhar o dia todo porque o dinheiro disso eu já contei que foi levado pelo IR e fiquei sem dinheiro.

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